O breve perfil de um psicopata

Imprimir

Entendemos que a realidade de nosso sistema social hoje, apresenta diversas distorções de comportamento que geram muitos problemas que, em alguns casos, chocam e criam um alerta para a saúde mental dos indivíduos. Analisando a criminalidade, chegamos até a psicopatia, que é uma destas distorções que causam preocupações importantes dentro dos direitos humanos no Estado Democrático e Social de Direito.

É a banalização da vida humana. Hoje em nosso país, centenas de pessoas morrem sem um motivo real, onde perdemos a vida como quem perde um brinquedo.

Muitas vezes, os autores deste cenário cruel, são os psicopatas. Doentes que torturam e cometem crimes horripilantes, por puro prazer.

De maneira geral podemos dizer que psicopatas são pessoas cruéis e desumanas. Sem qualquer sentimento de culpa ou arrependimento. Agem com muita frieza e apresentam atos executados com muita cautela e minúcia.

Estudos mostram que um psicopata não pode ser considerado um doente mental, pois possuem alto grau de inteligência e consciência de seus atos. Além da capacidade de autodeterminação.

Então, podemos fazer a seguinte pergunta: o que leva um sujeito a tornar-se um psicopata?

A personalidade humana é objeto de vários artigos e estudos ao longo dos anos. Não é fácil desvendar alguns segredos, mas é muito mais difícil encontrar a resposta adequada para a pergunta em questão. Matar por prazer, sem culpa, medo ou qualquer reação que justifique tal brutalidade, é o objeto da ação do nosso psicopata.

Avaliando este nosso personagem, muitos apresentam desde a infância, problemas comportamentais sérios. Podem ser violentos, agressivos, vândalos, trapaceiros, ladrões e excelentes mentirosos. Trazem esta carga pesada desde a infância até a vida adulta, mas quando completam 18 anos, nossa sociedade cria o rótulo para eles de: Transtorno de conduta.

O livro da Dra. Ana Beatriz Barbosa – MENTES PERIGOSAS – deixa claro que ninguém vira psicopata da noite para o dia: eles nascem assim e permanecem assim durante toda a sua existência. Os psicopatas apresentam em sua história de vida
alterações comportamentais sérias, desde a mais tenra infância até os seus últimos
dias, relevando que antes de tudo, a psicopatia se traduz numa maneira de ser,
existir e perceber o mundo (BARBOSA, 2008, p. 170). Além do mais, as crianças que mentem sem sentir e tornam esta atitude um hábito normal em seu desenvolvimento, podem tornar-se sérios candidatos á Psicopatia na fase adolescência/adulto.

Como principais características, podemos enumerar alguns destaques como: agem com muita frieza, são calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores, visam sempre benefício próprio, além de não permitirem em momento algum, a manifestação da culpa ou do remorso. E podem, em alguns casos, tornarem-se agressivos e violentos.

Mas engana-se aquele que acredita que um psicopata age sem consciência de que está infringindo regras e leis. Ele possui total conhecimento das suas infrações. O que temos de destaque neste indivíduo é, exatamente a carência ou, até mesmo, nulidade de afeto e emoção.

Especialistas ainda afirmam que nosso objeto de estudo, não sente remorso algum e não mede as conseqüências de seus atos. O crime é um estímulo de prazer. Mas ainda segundo os estudiosos, existem os psicopatas leves, moderados e severos. São os graus de gravidade que o transtorno apresenta.

Psicopata Leve – Trapaceia, realiza pequenos furtos, aplica alguns golpes, mas são incapazes de cometer homicídio.

Psicopata Severo – Alto grau de crueldade enche-se de prazer ao cometer atos violentos, são impiedosos de forma extrema. Impulsivos, agem pelo momento, mas usam a inteligência a cada passo que irá executar. É bem articulado, espirituoso e desejam e, até acreditam, que o mundo deve girar em torno de si. É o centro das atenções. Manipulam o outro e querem controlar, através do poder, todos os que estão a sua volta. Aliás, PODER é sua palavra de ordem.

Psicopata Moderado – Meio termo entre, a psicopatia leve e severa.

No geral, os psicopatas são dissimulados, fazem-se de vítimas, atuam com maestria e sempre encontram desculpas para seus erros. Articulam o sentimento dos outros, até que sintam piedade por suas atitudes. As pessoas nobres e puras de coração são alvos fáceis para este personagem manipulador e perverso. Através de sua possessividade conquistam e manipulam os mais frágeis. Mas, não se engane, todos podem cair em sua rede de intrigas. Desde o mais ingênuo indivíduo até o mais inteligente e detalhista. O psicopata veste uma máscara de ser agradável, acolhedor nos momentos difíceis, que fala o que o outro quer ouvir, manipulando os desejos da vítima que, sem ação, acaba presa em suas garras, onde o controle total dos fatos não é seu.

A vítima é um objeto em suas mãos. De fácil manipulação e descarte.

Enfim, a psicopatia não tem cura, é um transtorno da personalidade e não
uma fase de alterações comportamentais momentâneas. Possui graus diversos de manifestações e somente os casos mais graves são identificados e tratados com a devida proporção que merece.

Andréa Ladislau

Psicanalista

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *