As escolhas que movem nossa vida: Conscientes e/ou Inconscientes

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De uma forma natural, ao longo de nossa jornada, optamos pelo mais fácil em nossas vidas. E tudo, ou quase tudo, está pautado em nossas escolhas. Escolhas que, não necessariamente, são aceitas por nosso inconsciente que, segundo Freud “nos prega peças insistentemente”; Quem nunca tomou uma decisão e logo após fechou os olhos e disse: “Por que fiz isso?”; Ou até mesmo: “por que não fiz o que deveria ter feito?”

Estas questões aparecem em nossa mente constantemente e nos faz ficar indecisos com relação aos nossos próprios desejos. Normalmente tornam-se fantasmas que atormentam nossas vidas. Por este motivo, dizemos que : escolher é tão difícil.

E como fazer uma escolha consciente? Analisando as consequências de cada escolha. Diferente seria querer agir da mesma forma com as escolhas inconscientes, que nos influenciam com tanta eficácia e nos confundem a ponto de acreditar que naquele momento, essa ou aquela, seria a melhor opção. Uma escolha consciente parte do ato de aceitar a responsabilidade por seus sentimentos, pensamentos e comportamentos; escolha consciente é responsabilizar-se por suas decisões, dando a si mesmo a consciência para avaliar os custos e benefícios ao tomar uma decisão.

Escolher conscientemente é usar o cérebro cortical e dialogar com os planos cerebrais: reptiliano e límbico, para tornar conscientes as emoções e definir estratégias inteligentes de bem expressá-las. Fazer escolhas conscientes significa ação. Proatividade, o que é mais do que iniciativa. Ser proativo é pensar antes nos custos e benefícios de uma situação, prever o que pode acontecer de bom e ruim e ter controle da situação. Já no caso das escolhas inconscientes, podemos dizer que estamos movidos a reações. Reagir é ser reativo, o problema ocorre porque aquilo não estava previsto, e a situação passa a ser de crise, sem o controle da pessoa. Pessoas que fazem escolhas inconscientes são totalmente vulneráveis à raiva desnecessária e à sua expressão inadequada.

As escolhas inconscientes nos tornam reativos e imobilizados para qualquer mudança, porque não somos responsáveis pelos eventos que ocorrem em nossa vida. As escolhas conscientes nos tornam fortalecidos para assumir nossos sentimentos e emoções e escolher o que acreditamos ser melhor para nós. A pessoa livre sabe usar sua inteligência para avaliar os custos e benefícios de suas escolhas, identificando assim maneiras eficazes de lidar com os pontos fracos e, quem sabe, descobrir alternativas salutares para transformar as fraquezas em fortalezas.

Liberdade implica coragem para dar limites, coragem para dar amor, aceitação e respeito pela diversidade, não exigir do outro o que ele não pode dar e não ter medo de seus “defeitos”. E principalmente, aprender a lidar com as decepções. Elas acontecem quando criamos muita expectativa na “ação/reação” do outro. As escolhas inconscientes precisam de um acompanhamento maior. Uma análise mais precisa, um acompanhamento profissional e em muitos casos, aceitação do que são nossos alicerces. Fato é que precisamos nos encontrar, entender nossos desejos e não fechar os olhos e sofrer. Escolher é uma tarefa individual, no entanto, acaba refletindo em todos que estão à nossa volta. Por tudo isto é importante estar forte para assumir as consequências de nossas escolhas, orientadas por nosso consciente e/ou inconsciente.

Mas é muito importante que além de saber fazer escolhas conscientes, você tenha a consciência de perdoar a pessoa que você foi no passado. Compreenda, de uma vez por todas, que lá atrás você não tinha a maturidade que tem hoje. Não se julgue, não se condene. Tudo o que a sua versão do passado precisa e espera de você é compaixão e empatia.
Pare de olhar para o que passou com as lentes da crítica e do arrependimento. Entenda, isso não vai te ajudar em nada. Uma vez que você já identificou onde errou e o que não pode repetir mais em sua vida, o melhor a fazer é encher a alma de gratidão pelos aprendizados e seguir.

Além disso, não se culpe ou se responsabilize pelas escolhas do outro. Mas, entenda, cada um oferece o que tem, e cada um faz suas escolhas de acordo com suas vivências, dores, medos e bagagens. Adquirimos muito através dos nossos desacertos. De fato; Os dissabores também contribuem muito para a construção da pessoa que você é hoje: mais seletiva, mais observadora, mais prudente e, acima de tudo, consciente da sua capacidade de superação. Tudo o que você precisa é fazer as pazes com o seu passado. Dê um desconto à sua versão anterior. Não é justo se crucificar por suas escolhas.

Evite se lamentar pelo tempo em que esteve aprisionado. Se ficar focado na mágoa e no ressentimento, você não terá condições emocionais de se refazer. Oxigene a sua alma, perdoe-se pelos dissabores, ainda que você tenha permitido, entenda que você estava, de alguma forma, sem imunidade emocional. Perdoe-se pelas escolhas que te fizeram sofrer, isso é fundamental para que você caminhe em paz pela vida e atraia as pessoas e circunstâncias que você merece.

Andréa Ladislau
Psicanalista

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